quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Trabalho

A Semana de Arte Moderna de 1922

A Semana de Arte Moderna de 1922, foi realizada no Teatro Municipal de São Paulo, de 11 a 18 de fevereiro. Tinha como principal objetivo mostrar as novas tendências artísticas europeias. Esta nova forma de expressão não foi aceita pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas europeias mais conservadoras. Na semana de 22 teve a participação de vários artistas do Rio de Janeiro e de São Paulo. O evento provocou grandes e profundas transformações nas artes de nosso país, os modernistas queriam propor uma busca incessante pela construção de uma identidade genuinamente nacional nas artes plásticas, na música e na literatura.


Teatro Municipal de São Paulo



Como Foi



Durante uma semana a cidade entrou em plena ebulição cultural, sob a inspiração de novas linguagens, de experiências artísticas, de uma liberdade criadora sem igual, com o consequente rompimento com o passado. Novos conceitos foram difundidos e despontaram talentos como os de Mário e Oswald de Andrade na literatura, Víctor Brecheret na escultura e Anita Malfatti na pintura.

O movimento modernista eclodiu em um contexto repleto de agitações políticas, sociais, econômicas e culturais. Em meio a este redemoinho histórico surgiram as vanguardas artísticas e linguagens liberadas de regras e de disciplinas. A Semana, como toda inovação, não foi bem acolhida pelos tradicionais paulistas, e a crítica não poupou esforços para destruir suas idéias, em plena vigência da República Velha, encabeçada por oligarcas do café e da política conservadora que então dominava o cenário brasileiro. A elite, habituada aos modelos estéticos europeus mais arcaicos, sentiu-se violentada em sua sensibilidade e afrontada em suas preferências artísticas.

A nova geração intelectual brasileira sentiu a necessidade de transformar os antigos conceitos do século XIX. Embora o principal centro de insatisfação estética seja, nesta época, a literatura, particularmente a poesia, movimentos como o Futurismo, o Cubismo e o Expressionismo começavam a influenciar os artistas brasileiros. Anita Malfatti trazia da Europa, em sua bagagem, experiências vanguardistas que marcaram intensamente o trabalho desta jovem, que em 1917 realizou a que ficou conhecida como a primeira exposição do Modernismo brasileiro. Este evento foi alvo de escândalo e de críticas ferozes de Monteiro Lobato, provocando assim o nascimento da Semana de Arte Moderna.

O catálogo da Semana apresenta nomes como os de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Yan de Almeida Prado, John Graz, Oswaldo Goeldi, entre outros, na Pintura e no Desenho; Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm Haarberg, na Escultura; Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, na Arquitetura. Entre os escritores encontravam-se Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, e outros mais. A música estava representada por autores consagrados, como Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernani Braga e Frutuoso Viana.

Em 1913, sementes do Modernismo já estavam sendo cultivadas. O pintor Lasar Segall, vindo recentemente da Alemanha, realizara exposições em São Paulo e em Campinas, recepcionadas com uma certa indiferença. Segall retornou então à Alemanha e só voltou ao Brasil dez anos depois, em um momento bem mais propício. A mostra de Anita Malfatti, que desencadeou a Semana, apesar da violenta crítica recebida, reunir ao seu redor artistas dispostos a empreender uma luta pela renovação artística brasileira. A exposição de artes plásticas da Semana de Arte Moderna foi organizada por Di Cavalcanti e Rubens Borba de Morais e contou também com a colaboração de Ronald de Carvalho, do Rio de Janeiro. Após a realização da Semana, alguns dos artistas mais importantes retornaram para a Europa, enfraquecendo o movimento, mas produtores artísticos como Tarsila do Amaral, grande pintora modernista, faziam o caminho inverso, enriquecendo as artes plásticas brasileiras.
A Semana não foi tão importante no seu contexto temporal, mas o tempo a presenteou com um valor histórico e cultural talvez inimaginável naquela época. Não havia entre seus participantes uma coletânea de idéias comum a todos, por isso ela se dividiu em diversas tendências diferentes, todas pleiteando a mesma herança, entre elas o Movimento Pau-Brasil, o Movimento Verde-Amarelo e Grupo da Anta, e o Movimento Antropofágico. Os principais meios de divulgação destes novos ideais eram a Revista Klaxon e a Revista de Antropofagia.
O principal legado da Semana de Arte Moderna foi libertar a arte brasileira da reprodução nada criativa de padrões europeus, e dar início à construção de uma cultura essencialmente nacional.


Principais artistas da Semana de Arte


Oswald de Andrade

O escritor, ensaísta e dramaturgo brasileiro foi um dos promotores da Semana de Arte Moderna, tornando-se um dos grandes nomes do modernismo literário brasileiro. Oswald foi considerado como o elemento mais rebelde e inovador do grupo. Foi o autor dos dois mais importantes manifestos modernistas, o "Manifesto da Poesia Pau-Brasil" e o "Manifesto Antropófago", além do livro "Pau-Brasil", a primeira obra de poesias que se distanciava do romantismo.
















Mário de Andrade


Outra figura imprescindível para a Semana de 22 foi Mário de Andrade e suas múltiplas facetas: poeta, escritor, crítico literário, musicólogo, folclorista e ensaísta. A publicação de seu livro "Pauliceia Desvairada" é peça-chave para a poesia modernista brasileira e, dessa forma, o autor exerce enorme influência na literatura.








Anita Malfatti, 1889-1964, São Paulo, São Paulo.

Anita ficou mais conhecida por suas pinturas, mas também foi professora no Brasil. Sua contribuição para a arte moderna no País começou com sua primeira exposição individual de pintura, em 1914, seguida por outra, em 1917. Sofreu duras críticas de Monteiro Lobato mas permaneceu pintando à sua maneira, com claras influências pós-impressionistas trazidas da Europa. 



Tarsila do Amaral, 1886-1973, Capivari, São Paulo.

Tarsila configurou a linha de frente na pintura modernista brasileira, ao lado de Anita Malfatti. Seu quadro mais famoso é Abaporu - significa "homem que come carne humana" -, de 1928, que inaugura o movimento antropofágico (de "digerir" e incorporar outras culturas) no Brasil. 




Menotti Del Picchia



Menotti del Picchia fecha o Grupo dos Cinco, formado por ele e os quatro artistas citados anteriormente. Juntos formaram o grupo mais influente dentro do movimento modernista brasileiro. Menotti se destacou como escritor, sendo seus livros mais famosos "Juca Mulato" (1917), "Máscaras" (1920) e "A Angústia de D. João" (1922), entre outros. 




Graça Aranha


Graça Aranha foi escritor e diplomata brasileiro, e um dos organizadores da Semana de 22. Devido aos cargos que ocupou em países europeus, esteve a par dos movimentos vanguardistas que surgiam e tentou introduzi-los na literatura nacional. Por isso, rompeu com a Academia Brasileira de Letras em 1924. Apesar de sua estranha conferência intitulada "A emoção estética da Arte Moderna", apresentada no primeiro dia da Semana, tudo correu calmamente. O rebuliço veio depois. 



Manuel Bandeira


Um dos principais eventos na Semana de Arte Moderna foi a leitura do poema "Os Sapos". A obra critica duramente a estética e termas parnasianos, e foi extremamente vaiada pelo público. Bandeira também publicou o livro de poemas "A Cinza das Horas", considerado um dos principais antecedentes da Semana de 22.




Heitor Villa-Lobos


Este foi o principal expoente da música do modernismo no Brasil. Usou elementos de canções populares e indígenas para compor músicas com referências a culturas regionais. Durante a Semana de 22, o dia de sua apresentação foi o mais tranquilo da semana. O público já era menor e tinha mais respeito pelos artistas, até que Villa-Lobos entrou de casaco, com um sapato num pé e um chinelo no outro. O público interpretou a atitude como desrespeitosa e vaiou o artista. Mais tarde, o maestro explicou que o traje foi por conta de um calo inflamado.






Di Cavalcanti


Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti foi um pintor modernista, desenhista,ilustrador, muralista e caricaturista brasileiro. Sua arte contribuiu significativamente para a distinção da arte brasileira e entre outros movimentos da época com suas reconhecidas cores vibrantes, formas sinuosas e temas tipicamente brasileiros como carnaval, mulatas e tropicalismos em geral. Di Cavalcanti é, juntamente com outros grandes nomes da pintura como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Graça Aranha um dos mais ilustres representantes do modernismo brasileiro.





 Inácio da Costa Ferreira


Inácio da Costa Ferreira, melhor conhecido como Ferrignac, foi um advogado, ilustrador, desenhista, caricaturista e escritor brasileiro. Ele participou e teve grande influência na Semana de Arte Moderna.





Vicente do Rego Monteiro, 1899-1970, Recife, Pernambuco.

Foi um artista múltiplo: pintor, desenhista, escultor, professor e poeta brasileiro.



John Graz

John Louis Graz foi um pintor, ilustrador, decorador, escultor e artista gráfico.


 Oswaldo Goeldi
Foi gravador, desenhista, ilustrador, professor. Filho do cientista suíço Emílio Augusto Goeldi. Com apenas 1 ano de idade, muda-se com a família para Belém, Pará, onde vivem até 1905, quando foram para Berna, Suíça.





 Victor Brecheret

Victor Brecheret foi um escultor ítalo-brasileiro, considerado um dos mais importantes do país. É responsável pela introdução do modernismo na escultura brasileira.




Wilhelm Haarberg

Escultor, desenhista, restaurador e professor. Wilhelm Haarberg. Residiu em Săo Paulo e aproximou-se do escritor e crítico de arte Mário de Andrade, que o caracterizava como um escultor da escola expressionista alemă que incorporara traços arcaizantes aos seus trabalhos; durante o período em que viveu na capital paulista, ministrou aulas de plástica para crianças na Escola Alemă.

 Ismael Nery

Foi um pintor brasileiro de influência surrealista. Junto com Cícero Dias e Oswaldo Goeldi foi um dos expoentes dos anos 1920. Muito atuante no modernismo brasileiro, veio a falecer prematuramente, aos 34 anos, de tuberculose, num mosteiro franciscano. Portanto, suas obras passaram a ser reconhecidas após sua morte.

 Lasar Segall

Foi um pintor, escultor e gravurista judeu brasileiro nascido no território da atual Lituânia. O trabalho de Segall teve influências do impressionismo, expressionismo e modernismo.

Artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922





Artes Plásticas

- Anita Malfatti (pintora)
- Di Cavalcanti (pintor)
Vicente do Rego Monteiro (pintor)
Inácio da Costa Ferreira (pintor)
John Graz (pintor) 
- Alberto Martins Ribeiro (pintor) 
- Oswaldo Goeldi (pintor) 
- VictorBrecheret (escultor)
- Hidelgardo Leão Velloso (escultor)
- Wilhelm Haarberg (escultor)
- Oswald de Andrade (escritor)
- Sérgio Milliet (escritor)
- Plínio Salgado (escritor)
- Menotti del Picchia (escritor)
- Ronald de Carvalho (poeta e político)
- Álvaro Moreira (escritor)
- Renato de Almeida (escritor)
- Guilherme de Almeida (escritor)
- Ribeiro Couto (escritor)
- Guiomar Novais (músico)
- Frutuoso Viana (músico)
- Ernâni Braga (músico)
- Georg Przyrembel (arquiteto)


Literatura

- Mario de Andrade (escritor)

Música

- Heitor Villa-Lobos (músico)

Arquitetura

- Antônio Garcia Moya (arquiteto)

Outras áreas

- Eugênia Álvaro Moreyra (atriz e diretora de teatro)

Principais Obras da Semana de Arte Moderna


Dia 13 de fevereiro – Graça Aranha pronunciou uma conferência tendo como tema “A Emoção Estética na Arte”, ela elogiou e comentou sobre várias obras de arte expostas, principalmente quadros pintados por grandes nomes;



 A Estudante Russa - Anita Malfatti



Mário de Andrade - Anita Malfatti



Dia 15 de fevereiro – Oswald de Andrade apresentou vários de seus poemas e Mário de Andrade fez um discurso literário sobre o tema “A escrava não é Isaura”;

Beleza - Menotti Del Picchia


Brasil - Oswald de Andrade 



Dia 17 de fevereiro – Villa-Lobos fez uma incrível e aplaudida apresentação musical, porém por uma falha de interpretação do público Villa-Lobos acabou sendo vaiado por entrar com um pé descalçado, mas era por causa de um calo que havia feito em seu pé, mas isso não atrapalhou ele a mostrar todo seu talento para o público no Teatro Municipal de São Paulo;






Nome: Jade Aparecida de Lima Nº17 Série: 1.C
Nome: Francisco Narsicio Araújo do Nascimento Nº12 Série: 1.C
Nome: Maria de Fátima Conceição Nº 31 Série: 1.C
Nome: Vanessa Jesus de Oliveira Nº41 Série: 1.C
Nome: Nicolly Braga dos Santos Nº 38  Série: 1.C 
Nome: Miguel Silva Oliveira Nº35 Série: 1.C
Nome: Nathália Santos Silva Gomes Nº37 Série: 1.C 

2 comentários:

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  2. Em qual arquivo encontra-se esta foto com todos os participantes da Semana de arte moderna de 22? Sabe quem são as mulheres da foto? Obrigada.

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